terça-feira, 17 de maio de 2011

provocação?


O arquitecto torna-se num produtor de imagens, num agente de marketing, ou de comunicação, que não trabalha mais do que em três dimensões fictícias. No melhor dos casos, está reduzido a um jogo gráfico ou mesmo plástico, que rompe com a finalidade prática e utilitária da arquitectura e que a inscreve na estética individualista da ridicularização e da provocação, característica das artes plásticas contemporâneas.

Françoise Choay in Alegoria do Património

6 comentários:

  1. aiiii!!! caraca!!!

    essa até doí......
    grande frase....espectacular....
    este blog tá espectacular
    eu ando a preparar a minha próxima intervenção
    mas isto subiu de nível.....
    tenho que trabalhar mais nisto.....

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  2. nice.. mas podes me "contextualizar?" Quando é que essa frase foi escrita e relativa a quê?

    Numa coisa concordo e reconheço que os "mass media" e o próprio mercado/cliente impulsionaram ao "espectáculo" da imagem de uma arquitectura como produto de venda. Mas há muito desse espectáculo que provém de um linha de pensamento prático da arquitectura. simplesmente "os meios" mudam. mas nao consigo tecer um comentário sem saber esse contexto e a razão de tal ter sido dita.
    diz-me Inezinha diz me..

    pesquisei e tive a informação que o livro é de 2000?
    Ora nessa altura é o verdadeiro Boom do conceito "Starchitects". Coisa que passados 10 anos está aos poucos a ser ultrapassada.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. o livro é de 1992.
    tem a ver com o papel do arquitecto ao longo dos tempos e o tipo de interacção que tem com o projecto e também pela valorização que o mercado tem tido a vender "estilos de vida" e imagens para te convencer que aquilo é o que mais contribui para a tua felicidade.
    mais ou menos é isso. alguma duvida diz.

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  5. boa.. por acaso tou para por um post que questiona se a "arquitectura estará morta"(?). ando a procura de textos sobre isso mas nao encontro nada. no fundo, o que somos hoje? ou para que servimos? o espaço "preenche-se" e quando preenchido o que nos resta fazer? inventar formas de vendê-la novamente? camuflá-la como arte-espectaculo-gráfico-plástico-de-produto? não sei.. é um pensamento que está no forno mas preciso de bases.. quem sabe se o Hugo nao poderá já ajudar na sua procura sobre o "papel do arquitecto contemporaneo".

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  6. Conhecendo agora a data do livro, acho não existe aqui uma provocação ao "arquitecto" na medida em que não retrata um panorama global. Parece-me que é uma opinião dirigida a um grupo reduzido mas mediático - "archistar" - que como diz o Francisco, já está em vias de extinção. Mas não quero falar sobre mediatização. Quero assinalar que existe o hábito de entender o markting na arquitectura como um demónio, como o "comunista que rouba as criancinhas". O markting sempre existiu, o arquitecto sempre teve de procurar os seus investidores, os seus mecenas, afinal todos temos de por pão na mesa. Como diz o Arq. Álvaro Siza: "De bons projectos está o inferno cheio.".O que é preciso entender é o que se vende, a intenção do que se vende, e a quem se vende. Se a forma hoje em dia de avançar com um projecto é vender uma imagem, tão que se venda a imagem muito bem vendida tendo sempre em consideração o peso ético, moral e público da mesma. Há quem defenda que o arquitecto é um técnico, se assim for, arquitectura também pode ser um produto.
    Em relação ao papel do arquitecto contemporâneo, ainda não posso falar muito, posso adiantar que o arquitecto tem de ser expansivo na sua atitude. Tem de ser inteligente no seu tempo e no seu contexto. Fomos ensinados acreditar que a arquitectura tem de falar por si, eu acho que primeiro temos de aprender a falar por nós.

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