postei este .gif de Dylan Fisher como se fosse uma "arquitectura em gestação"
Venho aqui "lançar" o tema de metodologias de projecto.
Ontem fui à fnac e folheei o livro Architects' Sketchbook escrito por Will Jones, e que faz uma impressionante "recolha" de desenhos de arquitectos como Will Alsop, Shigeru Ban, Tony Fretton, Sean Godsell, 3Deluxe, Eva Jiricna, Norman Foster, Alessandro Mendini, Paul Raff e Terry Pawson. Óbvio que eu não conheço metade deles, mas é sempre bom conhecermos novas referências.
Explorar "ideias" ou "formas".
Eu gostei de ver o livro porque é todo baseado em imagens representativas de conceitos de projecto. E há uma diversidade tão grande, um espaço tão vasto da "representação conceptual" da arquitectura que responde às questões que tão levemente têm martelado a minha cabeça no último tempo. E a questão-provocação da Inês também foi uma razão para postar isto. Isto para dizer o quê.. basicamente que a expressão "Queres que te faça um desenho?" é a melhor explicação para como se faz a arquitectura.
Ainda no capítulo dos livros e disto das "imagens", encomendei este Beyond Architecture: Imaginative Buildings and Fictional Cities. Lembro-me de ter conhecido a obra de Philip Dujardin nas conferências "Na superfície: Imagens da Arquitectura e Espaço Público em debate" há sensivelmente um ano. A criação de arquitecturas através da manipulação de "imagens".
No livro ainda constam "artistas" como Paul Hollingworth, com a série fotográrfica "We love to Build".
Isto tudo para dizer o quê?
"Question Architecture"
Isto tudo para dizer o quê?
"Question Architecture"
montagem do excepcional Erik Johansson
Isto da vida profissional e da arquitectura, do método de ensino, do método e do ensino tem que se lhe diga no pós-faculdade, estarão de acordo?
Não há uma semana que não diga "Foda-se a arquitectura" e "Adoro arquitectura".
E para mim, a maior dificuldade terá sido no tal "método". Porque na realidade cada um vai criando o seu. A sua maneira de pensar a arquitectura. E chegarmos a um sítio onde o tal método na gestação de uma arquitectura assenta em parâmetros diferentes dos da faculdade é de dar em maluco. E se saímos de uma escola vencedora de dois Pritzkers, mas cujo ensino pode ser questionável (estarei a armar discussão?), óbvio que esta minha dicotomia sentimental é justificável.
Para re-organizar o meu pensamento e porque livros sobre "como fazer arquitectura" não existem, prefiro deliciar-me por imagens inspiradoras.
Se pudesse criar uma nuvem das palavras mais lançadas no último mês seria conceito, diagrama, complexidade e emoção.
A concepção de uma "ideia" na criação do tal conceito - "aquilo que andamos à procura".
O diagrama ou o "desenho" que explica como funciona - o Sketch.
A *complexidade* - tivemos um pequeno debate no meu escritório interessante. Se por um lado se defendia que não devemos complicar, por outro existe o lado que se descomplicares o complicado o resultado é sempre mais interessante; se não houver "problemas" para resolver, que piada tem? hmm.. deixo isto em aberto, mas sou do lado da criação da complexidade e da superior resolução que a torna "simples" (e acho que estaremos de acordo).
Por fim, a emoção - olhá-la e deixar cair uma lágrima. Vivê-la, experimentá-la.
Com isto tudo formar um package e chamar-lhe Arquitectura.
Quero com isto dizer que se tivesse na mítica escolinha, a primeira fase era a implantação com os "alinhamentos". Neste "método" traduz-se esse momento por "conceito", o tal "conceito" forte que se vai "agarrar" ao terreno. No fundo será essa a grande diferença do nosso método de ensino. Melhor ou pior não sei, mas que é divertido é, e que tive de fazer el cambio tive.
Para finalizar em grande, aqui vai a música da semana.
E para bom entendedor, meia palavra basta: We Are The Champions
E para bom entendedor, meia palavra basta: We Are The Champions
Começo por te felicitar pela casinha...parece-me muito bonita sim senhor.....
ResponderEliminarquanto ao facto do nosso ensino ser questionável...??bem no fundo todos os são...pelo menos no meu ponto de vista...já que sendo a arquitectura altamente diversa e questionável..."a minha casa é mais bonita que a tua"...todo o ensino também o é....
contudo não posso deixar de defender o método de ensino da nossa escola em alguns aspectos......principalmente no que se refere a regra e a uma determinada rigidez presente durante todo o processo de formação...(o 3º ano é um claro exemplo de rigidez embora me consiga lembrar de casos que contornaram a rigidez inicial)...e uma valorização da envolvente, dos alinhamentos e da proporção....todo o enquadramento urbano influencia o nosso projecto.....
o "conceito" ideia concebida à partida que te faz acreditar num objecto que vais desenvolver posteriormente ( isto é a minha visão sobre o que é um conceito), é outro método de desenvolver um projecto....que no meu ponto de vista é muito interessante....contudo não posso deixar de referir que o conceito sem o entendimento do espaço que rodeia, das lógicas urbanas e internas dos edifícios, da percepção da regra e da geometria....de pouco vale....e isso foi o que eu senti no Brasil....
o conceito do artista....o conceito desintegrado do resultado da forma externa, o arquitecto escultor de formas assentes em conceitos soltos que simplesmente buscam a "emoção"!!!!
Não consigo deixar de admitir que também projecto a partir do conceito...provavelmente até me revejo muito mais nessa forma de projectar...mas não consigo deixar de admitir que se não fosse a rigidez, as barreiras e as palas nos olhos que a FAUP te coloca ao longo do curso...pouco me adiantaria o conceito já que se desintegrava de alguns factores que considero essenciais num projecto de arquitectura....a combinação entre proporção, luz, regra, métrica e excepção, entre outros....
Para finalizar...acho muito mais fácil explorarmos o "conceito" graças as bases que nos ensinaram do que a partir da imagem conceber os espaços de uma forma coerente...(não digo que não há quem o faça)...
a e já agora....(no 4º ano o Loiro tinha um projéctil que se alojou num paralelo e tu tinhas um quadrado com um pátio no meio e uma mega cadeira na entrada)tamos quase em conceitos.....
eu tinha um edifício perfurado com dupla entrada e com fachada código de barras, a pires uma minhoca rotativa, o Caminha tinha raspas de cenoura com uma pala a fazer de tecto, o vitorio um "CRAKELADO", a Cato três 3 bichos a olhar para sítios diferentes, o Paixão um "quadradão" maciço sem janelas,a Cassie não tinha conceito e a Inês não sei...
ResponderEliminarconcordo :)
ResponderEliminaracho que sim, temos as "bases" para a "criação".
o "pushing boundaries" na arquitectura é essa evolução, esses "devaneios" criativos elásticos concentrados numa base (ou ferramenta) segura.
nice.
por que é que és meio-prato?