segunda-feira, 4 de junho de 2012

SERPENTINAS PÓ AR


Este ano o Pavilhão Temporário do Serpentine Gallery é um projecto dos Herzog & deMeuron. Depois de outras edições levadas a cabo por arquitectos como Sanna, Peter Zumthor, Jean Nouvel, Álvaro Siza e Souto Moura, foi a vez da dupla suíça exacerbar a componente conceptual e arquitectónica para uma reinterpretação daquele espaço implantado no Hyde Park (Londres).

Não irei fazer qualquer explicação sobre o projecto ou o seu conceito. O que retiro desta obra é mais do mesmo da conhecida filosofia dos Herzog & deMeuron: "fazer algo novo que nunca tenha sido experenciado antes". Parece-me que o projecto sobrevive de uma ideia que deseja sempre ser algo mais do que aquilo que é, uma pala contínua que desenha o pavilhão (Sanna) para mostrar o céu de Londres (Peter Zumthor) no espelho de água que desenha a lage horizontal. Algo está escondido ali debaixo! Fundações de construções passadas que não se chegam a mostrar mas que serviram de inspiração à liberdade orgânica do desenho do espaço revestido a cortiça ( alguém me disse que era portuguesa)...
Penso que é inevitável não fazer comparações entre este projecto e outros projectos passados. Afinal é a mesma "pista de corridas", são as mesmas condições e obstáculos. Nesse sentido não retiro nenhum interesse particular por este projecto. Parece-me arquitectónicamente pouco desafiante na potencialidade que aquele lugar pode oferecer e conceptualmente perdido em ideias abstractas que não são legíveis pelo observador na sua integridade, levando a que toda a intenção conceptual caia em "saco roto".

deixo-vos alguns links de interesse e um vídeo com uma entrevista ao arq. Herzog em género de visita ao pavilhão.

+info aqui e aqui, e aqui

3 comentários:

  1. Concordo contigo! Este projecto não traz nada de novo....o Siza deu-lhe um chito....

    Mas é interessante porque gosto bastante do espelho de água e do facto de ele nunca tocar no solo e criar aquele rasgo...mas depois acho que o espaço que fica debaixo desta cobertura é bastante desagradável e sombrio .
    Uma cave.....fizeram um espelho de água com cave....

    Tenho uma duvida! Não consigo perceber que tipo de estrutura possui este pavilhão para ser somente temporário? Fico confuso!

    ResponderEliminar
  2. Por acaso gostei mesmo deste "approach" porque se enterra ao contrário dos outros pavilhoes que "apenas pousam".

    Gosto muito das plantas e das imagens conceptuais. Very clean, although very complex.

    As i haven´t visited it yet i can´t tell about the feelings in the "basement" space.

    But i´m suspeito because Herzog are one of my favourite architecture office/philosophy of thinking.

    cheers mates
    miss you

    ResponderEliminar
  3. Kiko, tive que usar o google translate para ler o teu comentário!:P

    vejam lá que a minha questão não é o apreço pela qualidade de proposta. o desenho está lá por mais híbrido, aleatório ou conceptual que seja, wtv. O que me interessava perceber ou entender era a obra sem toda a parefernália das plantas e dos conceitos. Desse ponto de vista, não acho a obra capaz de produzir beleza ou controvérsia.
    A obra acontece assim porque sim!a ideia forte está no enterrar do edifício enterrar vem do significado de ser diferente...

    deixo aqui outro link que pode interessar:

    http://www.guardian.co.uk/artanddesign/video/2012/may/31/ai-weiwei-serpentine-pavilion-video

    ResponderEliminar