sábado, 14 de janeiro de 2012

Conferência José Forjaz em Aveiro

Foi incrivel a descoberta do arquitecto José Forjaz através das histórias informais e divertidas de Francisco Keil Amaral, que trabalhou com ele em Moçambique. Vale a pena perder alguns minutos a pesquisar o seu site que nos mostra um arquitecto com inúmeras obras em Moçambique e outros países africanos, várias influências, entre elas Barragan, e com uma beleza poética tanto nos projectos como nos seus textos.
Vejam o site dele, principalmente as obras anteriores a 2000: www.joseforjazarquitectos.com
Deixo aqui um cheirinho da exposição com algumas fotografias e um texto retirado de lá.

Um teatro para dançar tufo e n'sobwe
1993. Moçambique


Na ilha dançar é viver. Dançar muito e bem, é viver melhor. A dança é teatro, é poesia, é religião.
Dança-se na rua, dança-se na praça, que não chega nem para dançar nem para ver dançar.
Deram-me um terreno, um lugar. Magnifico, no ponto certo da "ponta da Ilha", perto de quem dança.
Na praia, que a praia é a explicação da Ilha.
Que o palco tenha por fundo o mar, que tem por fundo a terra: Moçambique, terra firme. Fica tudo por fundo de quem dança - o mar, o sol poente a lua tardia, a silhueta de Moçambique. Pode haver melhor?
Depois degraus para sentar numa concha que também apanha água para levar à cisterna que é onde o palco assenta.
Quase mais nada. Poderiam ter-se recuperado 4 paredes do século XVIII (ou XIX?) se entretanto não tivessem caído, e daí fazer a cantina e o escritório. Poderia…
Ideias, ilusões, encantos ainda afinados e discutidos com António Quadros quando, juntos, levantámos as medidas e as dimensões (outras também) daquela terreno.
Um dia se construirá.



Instituto Missionário
1999. Maputo, Moçambique



Langa Residence
1997. Maputo, Moçambique


Residência Torcato
2003. Maputo, Moçambique

Catedral de Pemba
1993. Pemba, Moçambique

8 comentários:

  1. éé muito bom Inês Pires....é nice ter a mini reportagem da exposição....

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  2. Inês formatei o teu post e completei informação.espero que não te importes. Quanto ao conteúdo do mesmo parece-me uma óptima descoberta!O processo de contaminação de arquitectos como Álvaro Siza e Eduardo Souto Moura na arquitectura portuguesa, vão-nos fazendo esquecer ou desconhecer experiências pós-modernas nas ex-colónias como foram os casos de Pancho Guedes ou Manuel Vicente e neste caso José Forjaz. Numa época em o que export da arquitectura parece ser para uma um obrigação para a nossa geração, lembremo-nos que sempre isso é sinal negativo...se para as gerações passadas isso foi uma apenas uma alternativa opção, acho que podemos à mesma tirar como lição o sentido de liberdade, os gestos em forma de experimentação, a apreensão de outros cheiros, outros paladares e outras cores revistas em outras formas de fazer e sentir arquitectura portuguesa...são apenas lugares.

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    1. Inês formatei o teu post e completei alguma informação.Espero que não te importes. Quanto ao conteúdo do mesmo pareceu-me uma óptima descoberta!O processo de contaminação de arquitectos como Álvaro Siza e Eduardo Souto Moura na arquitectura portuguesa nos últimos 20 anos, vão-nos fazendo esquecer ou desconhecer experiências pós-modernas nas ex-colónias como foram os casos de Pancho Guedes ou Manuel Vicente e neste caso José Forjaz. Numa época em o que export da arquitectura parece ser obrigação para uma geração como a nossa, lembremo-nos que nem sempre isso é um sinal negativo...se para as gerações passadas isso foi uma apenas uma alternativa ou opção, acho que podemos à mesma tirar como lição o sentido de liberdade, os gestos em forma de experimentação, a apreensão de outros cheiros, outros paladares e outras cores revistas em outras formas de fazer e sentir arquitectura portuguesa...são tudo senão apenas lugares.

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  3. E é assim que a divertida caça aos créditos produz descobertas mais valiosas do que se espera. Obrigada OA pela 'obrigação 8 créditos', Obrigada Miguel e Pires pela descoberta e partilha no Espaço. Assim se vão ganhando 'mais pernas' à espera que elas comecem a andar..

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  4. Claro sr huguinho fizeste muito bem! Assim é que é trabalho em equipa! confesso que a minha formatação tava manhosa tava com uma net lenta e o raio da pré visualização não é nada realista!
    de resto concordo com o paixao AMEN
    tenho pena que numa escola tão "conceituada" como a faup não se dê mais (senão algum) valor a estes arquitectos!! acho que só temos a aprender com eles!

    MI já consigo comentar lol mas tive de instalar o google chrome pelos vistos o meu internet explorer tava a bater mal com o blog!

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